Perguntas Frequentes • FAQ

1. Em qual contexto os dados de queimadas do INPE são úteis?

O monitoramento de queimadas e incêndios florestais em imagens de satélites é particularmente útil para regiões remotas sem meios intensivos e locais de acompanhamento, condição esta que representa a situação geral do País. Para uma área com torres de observação guarnecidas continuamente e mantendo comunicação direta com brigadas de combate de fogo, os dados de satélite têm interesse marginal.

A detecção dos focos de queima de vegetação nas imagens utiliza um mesmo modo de identificação de fogo, em todas regiões, todos os dias e por anos seguidos, o que permite análises temporais e espaciais da ocorrência do fogo que seriam impossíveis de outra forma, dada a precariedade, descontinuidade e diferença de métodos nas fontes de informação locais. Em particular, os dados do "satélite de referência" permitem a comparação entre qualquer país do Planeta.

2. Que produtos este sistema de queimadas/incêndios do INPE oferece?

São vários os produtos gerados e distribuídos diariamente, como p.ex.: coordenadas geográficas dos focos, risco meteorológico de fogo, mapeamento de áreas queimadas etc. Explore o Portal do programa Queimadas do INPE e veja a relação dos mais recomendados.

3. Os produtos de Queimadas do INPE têm algum custo?

Não, todos os dados e produtos são divulgados na internet pelo INPE sem custo para qualquer usuário. Ver a página de dados abertos: https://dataserver-coids.inpe.br/queimadas/queimadas/ .

4. O INPE pode atuar junto a quem faz uma queimada?

Não. O INPE não tem atribuições para fiscalizar, controlar e combater o uso do fogo no País, e nem de punir os infratores. Dentro de suas atribuições, o INPE, por meio do seu Programa Queimadas, procura gerar o maior número possível de dados relacionados ao uso do fogo na vegetação para que o governo e a sociedade se beneficiem das informações geradas.

5. O que o INPE faz com os dados de queimadas?

Os dados gerados são distribuídos para o público em geral por meio do Portal. Todos os dados e produtos ficam disponíveis para acesso livre sem nenhum custo após sua geração e os agentes públicos com necessidades operacionais especiais já conhecem os procedimentos de download automático e fazem uso destes dados para suas atividades específicas.

6. Quais satélites são usados e onde são recebidas e processadas as imagens?

São utilizados todos os dez satélites que possuem sensores óticos operando na faixa termal-média de 4um e que o INPE consegue receber. No presente (setembro/2020), são processadas operacionalmente, na Divisão de Geração de Imagens - DGI e na Divisão de Satélites e Sistemas Ambientais - DSA as imagens dos satélites polares, as AVHRR/3 dos NOAA-18 e 19, METOP-B e C, as MODIS dos NASA TERRA e AQUA e as VIIRS do NPP-Suomi e NOAA-20 e, as imagens dos satélites geoestacionários, GOES-16 e MSG-3.

Cada satélite de órbita polar produz pelo menos dois conjuntos de imagens por dia, e os geoestacioários geram seis imagens por hora, sendo que no total o INPE processa automaticamente mais de 200 imagens por dia especificamente para detectar focos de queima da vegetação. As recepções são feitas nas estações de Cachoeira Paulista, SP (próximo à divisa com o RJ) e de Cuiabá, MT.

Vários satélites utilizados no passado não estão mais em operação, como p. ex. o NOAA-9 que foi o primeiro a fornecer focos para o INPE no período 1984-1998.

7. O que é o "satélite de referência"?

É o satélite cujos dados diários de focos detectados são usados para compor a série temporal ao longo dos anos e assim permitir a análise de tendências nos números de focos para mesmas regiões e entre regiões em períodos de interesse. De 01/junho/1998 a 03/julho/2002 foi utilizado o NOAA-12 (sensor AVHRR, passagem no final da tarde), e a partir de então o AQUA_M-T (sensor MODIS, passagem no início da tarde). Esta transição causou a descontinuidade na quantidade de focos que se observa na análise dos dados de focos.

Mesmo indicando uma fração do número real de focos de queima e incêndios florestais, por usar o mesmo método de detecção e gerar imagens em horários próximos ao longo dos anos, os resultados do "satélite de referência" permitem analisar as tendências espaciais e temporais dos focos.

Quando o satélite AQUA deixar de operar, o que é esperado em futuro próximo, pois ultrapassou em muito sua vida útil prevista de seis anos (foi lançado em Maio/2002!), o satélite de referência passará a ser o NPP-SUOMI (Sensor VIIRS) da NASA+NOAA_DoD dos EUA, lançado em outubro/2011, utilizado no monitoramento de focos pelo INPE desde 2012. A compatibilidade entre as séries será então ajustada cautelosamente, pois o VIIRS detecta ~10 vezes mais focos que o MODIS. A série de satélites NOAA-AVHRR foi substituída pela NPP; embora a série METOP (a partir de 2006) também use o AVHRR, sua operacionalidade tem sido limitada e deverá ser encerrada no 3o. satélite da série (previsto para 2018), o que restringe seu uso como referência no monitoramento. Os dados dos satélites geoestacionários não são considerados como referência devido ao tamanho muito maior de seus píxeis e a instabilidades em sua rotina operacional (no caso GOES).

Os dados de focos de referência divulgados pelo INPE coincidem com o conjunto de focos da NASA e da Universidade de Maryland (UMD) dos EUA denominada "Collection 6", que os produzem desde 2016 em substituição à "Clollection 5" para todo o planeta. O INPE fez o mesmo com sua base de dados de focos MODIS (AQUA e TERRA) no mês de Março/2017. Esta substituição de toda a base de focos, que exige o reprocessamento de todas milhares de imagens pretéritas, resulta da evolução dos algoritmos de extração de focos das imagens, gerando produtos finais mais confiáveis.

Até a "Collection 5" o INPE mantinha seu próprio algoritmo de detecção para imagens MODIS, gerando dados de maior confiabilidade; com a "Collection 6" esta prática tornou-se desnecessária e o Programa Queimadas adotou o mesmo algoritmo da NASA e UMD para detecção de focos MODIS, tornando as bases compatíveis e assim ampliando as possibilidades de aplicação dos dados.

Por último, o uso de todos os focos dos vários satélites é recomendado quando é relevante toda e qualquer detecção de fogo, como no monitoramento de uma área de proteção ou de interesse específico (produção de madeira ou linhas de transmissão, p.ex) e no acompanhamento do avanço de frentes de fogo. Nestas situações, quando ocorrer a repetição da detecção de fogo em um mesmo local o usuário dos dados fará sua própria análise da evolução do evento.

Ver também as FAQ 38 e 39 abaixo, respectivamente "Por que houve redução de focos nas imagens, a partir de 09/Agosto/2007?" e "O que é a 'base 2' de focos de queima e por quais motivos ela foi lançada?."

8. Por que não são usados os satélites geoestacionários como "satélites de referência", uma vez que geram mais imagens por dia?

Motivos:

9. Que tamanho de queimada os satélites detectam?

Para os satélites de órbita polar (NOAAs a 800 km acima da superfície, e TERRA e AQUA a 710 km), trabalhos de validação de campo indicam que uma frente de fogo com cerca de 30 m de extensão por 1m de largura, ou maior, será detectada. Para os geoestacionários, a 36 mil km de distância, a frente precisa ter o dobro de tamanho para ser localizada. os satélites mais recentes, NPP-SUOMI e NOAA-20, com seu sensor VIIRS de resolução espacial 375 m, conseguem detectar áreas de alguns m2 queimando no período noturno, desde que a temperatura seja superior a ~300 graus C. O mostruário de exemplos apresenta inúmeros casos ilustrando a detecção de queima de vegetação e de outros alvos quentes pelos vários satélites usados no monitoramento de focos do Programa Queimadas do INPE.

É importante considerar o tamanho do elemento de resolução espacial da imagem, o "píxel". Por exemplo para os sensores AVHRR (satélites NOAA-18 e 19) e MODIS (satélites AQUA e TERRA) o píxel nominal tem 1 km x 1 km ou mais, e uma queimada de algumas dezenas de m2 será identificada como tendo pelo menos 1 km2. Nas imagens dos satélites geoestacionários, onde o píxel tem 2km x 2km, esta pequena queimada passará a ser indicada por uma área de 4 km2 ou mais. Portanto, um foco de queima, que aqui é a mesma coisa que um píxel de queima, pode indicar tanto uma pequena queimada assim como várias pequenas queimadas ou uma muito grande no seu interior.

Ou seja, este sistema do INPE detecta a existência de fogo na vegetação sem ter condições de avaliar o tamanho da área que está queimando ou o tipo de vegetação afetada. Em casos com muitos píxeis de queima juntos, e com a presença de uma nuvem de fumaça grande, pode-se inferir que a queimada terá a dimensão dos píxeis de queima detectados.

A estimativa da área queimada é feita quinzenalmente no Programa Queimadas por um outro sistema, com imagens de resolução espacial média (Satélite Landsat-8, sensor OLI, definição 30 m) e, por enquanto apenas para o bioma Cerrado.

Para mais informações, leiam o documento completo em: principio_fisico_detecta_queimadas.pdf

10. Cada foco corresponde a uma Queimada/Incêndio?

A relação foco x queimada não é direta nas imagens de satélite. Um foco indica a existência de fogo em um elemento de resolução da imagem (píxel), que varia de 375 m x 375 m até 5 km x 4 km, dependendo do satélite. Neste píxel pode haver uma ou várias frentes de fogo ativo distintas que a indicação será de um único foco ou ponto.

Se o evento de fogo na vegetação for muito extenso, ele pode ser detectado em alguns píxeis vizinhos, ou seja, vários focos estarão associados a uma única grande evento. Ainda, é comum um mesmo evento sejr detectado por vários satélites ao longo do dia. Portanto os mapas e tabelas que apresentam os focos de todos os satélites ao longo do dia, irão detectar o mesmo evento, porem sem repetições de focos. Adicionalmente, em muitos casos, pela variação natural do tamanho dos píxeis entre os vários satélites, o mesmo evento de fogo na vegetação poderá ser indicado em locais com distância de alguns km conforme o satélite que a detectou.

O sistema de Queimadas do INPE detecta a ocorrência de fogo, dado por si só extremamente importante e válido, e necessário para milhares de seus usuários. Detalhes precisos do que está queimando e quanto queimou são informações impossíveis de se obter com os sensores atuais.

As contagens de focos do INPE e da NASA são excelentes indicadores da ocorrência de fogo na vegetação e permitem comparações temporais e espaciais para intervalos maiores que 10 dias. Mas não devem ser consideradas como medida absoluta da ocorrência de fogo - que certamente é maior do que a indicada pelos focos. Considerando o modo regular de detecção e utilizando-se um único satélite como referência, pode-se constatar tendências espaciais e temporais nas ocorrências de fogo.

Por último, quantificar o que seja "uma queimada" ou "um incêndio florestal" pode ter várias interpretações. Em um extremo, há incêndios que duram mais de um mês, como o da Terra Indígena Parque do Araguaia em 2017, que queimou ~10.000 km2. Seria correto considerar este evento como sendo apenas um incêndio? No outro extremo, uma pequena área isolada com alguns hectares de floresta que queimou em poucas horas, também seria "um incêndio" ? Uma possibilidade seria então considerar a extensão da superfície queimada na comparação de eventos; assim sendo, o uso dos focos de queima ("fire pixels", focos de calor etc) é uma opção, pois é conhecida a relação direta entre o número de focos detectados e a área queimada.

11. Quais queimadas não são detectadas? (Por que a queimada que eu vi não foi detectada?)

As seguintes condições impedem ou prejudicam muito a detecção das queimadas:

12. Quando os dados de queimadas das imagens de satélites são atualizados?

A atualização dos dados de detecção de focos no BDQueimadas ( www.inpe.br/queimadas/bdqueimadas ), acontece a cada 10 minutos após controle automático de qualidade.

Por outro lado, as informações na forma de mapas, gráficos e tabelas com estatísticas para comparação por países, estados, municípios, biomas e regiões especiais, apresentados nas páginas de estatísticas e situação atual ( www.inpe.br/queimadas/situacao-atual ) devem ser equivalentes à de outras fontes de dados fora do INPE. Neste caso, são processados os dados no alcance das antenas do INPE e integrados os demais países do mundo com arquivos que foram descarregados em outras instituições e processados pela NASA, responsável pelo satélite. Por este motivo existem atualizações periódicas dos dados no portal de ate 4 vezes ao dia.

Os relatórios em formato pdf são produzidos diariamente contendo a maior parte dos produtos gerados operacionalmente. Os mapas de risco de fogo e variáveis meteorológicas são atualizados uma vez por dia e os mapas de concentração de fumaça são renovados diariamente com atraso de três dias (ver BD Queimadas opção camada "Imagens de satélites" > "Fumaça na Coluna Atmosf."). A imagem mostrando as nuvens na opção "Situação Atual" do portal é sempre a mais recente do satélite geoestacionário GOES, com no máximo ½ hora de atraso.

13. Qual o princípio físico da detecção de queimadas?

A detecção dos focos não é intuitiva para a maioria das pessoas, pois apesar de ser feita com telescópios óticos, a informação utilizada não está na luz visível percebida pelo olho humano (comprimentos de onda 0,38 a 0,74 micrometros, “µm”), e sim dentro da faixa de energia infravermelha (0,75 a 1000 µm). A temperatura medida pelo satélite é diferente da temperatura obtida por um termômetro comum em contato físico com a superfície que está sendo examinada, e esta distinção costuma ser mal interpretada pelos que não estão familiarizados com o tema.

Para mais informações, leiam o documento completo em: Qual o princípio físico da detecção de queimadas?

14. Qual o algoritmo (método) usado para detectar uma queimada?

Cada tipo de sensor possui seu próprio algoritmo. Veja a descrição individual para o método AVHRR, método MODIS, e método Imager.

15. Qual o erro na localização dos focos de queima apresentados?

Para os píxeis com resolução de 01 km até 6 km, trabalhos de validação indicam que o erro na média é ~400 m, com desvio padrão de ~3 km; cerca de 80% dos focos estão em um raio de 01 km das coordenadas indicadas. Para os sensores VIIRS dos satélites mais novos NPP-Suomi e NOAA-20, o erro máximo na acurácia é de ~400 m, ou seja, um píxel.

16. Como obter comparações de queimadas ao longo dos meses e anos?

A primeira possibilidade para obter apenas as quantidades de focos, é por meio da opção "Situação atual". Nesta página as comparações são feitas com dados do "satélite referência" ao longo dos últimos 7 anos. Se o interesse for o total de ocorrências (opção não válida para comparações temporais), a opção será o Banco de Dados de Queimadas. Ver também a pergunta a seguir.

17. Como gerar dados para fazer comparações de queimadas ao longo dos meses e anos?

Além da primeira opção (pergunta 15 acima) existe a opção pelo Banco de Dados de Queimadas, que também permite ver os focos em um mapa e obter as coordenadas dos focos.

Este Banco de Dados também permite que você baixe as coordenadas dos focos para uso em seu próprio sistema de informações geográficas, em planilhas Excel ou no padrão das imagens e mapas Google.

18. É possível transferir e usar em um SIG qualquer os focos detectados pelo INPE?

Sim, e sem nenhum custo. As coordenadas geográficas dos focos atuais e do passado, bem como dados adicionais estão disponíveis em formato texto (ASCII), "shape" (.shp) padrão Google (.kmz), tanto para os focos em geral no Banco de Dados de Queimadas como para os detectados apenas nas Unidades de Conservação. Siga as instruções do item 15 logo acima.

19. Como ver os focos de queima diretamente no GoogleEarth?

Muito simples: é só entrar na página específica para baixar os dados tipo kml: focos_diario_web.kml.

20. Desde quando o INPE faz este trabalho de detecção de queimadas?

Este sistema teve início em meados de 1985 durante um experimento de campo conjunto entre pesquisadores do INPE e da NASA, e vem evoluindo continuamente desde 1987 quando passou a operar rotineiramente. Ele foi particularmente aperfeiçoado a partir de 1998 mediante apoio do programa nacional Proarco no Ibama, criado para controlar as queimadas e o desmatamento no arco do desmatamento da Amazônia, com recursos do Ministério do Meio Ambiente.

21. Quem paga este trabalho de monitorar queimadas? Quanto ele custa?

O custo é pago quase que integralmente com recursos do governo federal. Atualmente, a Ação Queimadas No. 20V9-2, do Plano PluriAnual 0503 do Ministério do Meio Ambiente, transfere cerca de R$ 600 mil/ano ao INPE para a operação e aperfeiçoamento deste sistema, sendo ~R$ 0,5 milhão na categoria Custeio e ~R$ 0,1 milhão em Capital. Quase todo Custeio é gasto no pagamento de integrantes da equipe, que não são funcionários públicos; o valor de Capital é para compra de equipamentos de recepção e processamento de imagens dos satélites usados no monitoramento. O INPE contribui com cerca de duas vezes o valor da Ação quando considerados os funcionários de carreira, o uso de equipamentos como estações de recepção, supercomputador, equipes de suporte, pesquisadores, etc.

22. Quantas pessoas trabalham para gerar os produtos de queimadas?

A equipe fixa tem dois servidores públicos federais com nível de doutorado. Os produtos de satélites geoestacionários, de risco de fogo, de área queimada, e do Banco de Dados, cada um tem um técnico dedicado. São cinco os colaboradores contratados pela Ação-PPA, sendo um com doutorado. Ocasionalmente, por meio de recursos externos para pesquisas e projetos a equipe é expandida, como com a atual bolsa pós-doc FAPESP para calibrar dados de poluição atmosférica obtidos por satélites. Vários engenheiros, técnicos e operadores de diferentes setores do INPE controlam as estações receptoras e os computadores de processamento.

23. Como é obtido o Risco de Queima da vegetação? E as previsões deste risco?

O risco é calculado essencialmente pelo histórico da precipitação nos últimos 120 dias. Dados da temperatura máxima do ar e da umidade relativa do ar mínima, bem como o tipo de vegetação e a ocorrência de focos são também considerados. Veja a descrição detalhada do método no documento deste link, e também as modificações do risco que ocorreram no passado.

24. Como é calculada a concentração e a dispersão das emissões das queimadas?

As concentrações apresentadas pelo BDQueimadas na opção Imagens de Satélites > Fumaça na Coluna Atmosférica, são extraídas de: 2000 a 2002, Modelo MERRA-2; 2003 a 2017, Modelo CAMS-Reanalysis; 2018 e 2019, Modelo CAMS-Nrealtime.

MERRA-2 (Modern-Era Retrospective analysis for Research and Applications version 2) é o produto da NASA (National Aeronautics and Space Administration). Os dados foram baixados com resolução espacial de 0,25 graus (aproximadamente 25 Km) e interpolados na resolução espacial de 12,5 Km, para os anos de 2000 até 2002. A resolução temporal é de 6 horas (MERRA-2, 2019).

CAMS (Copernicus Atmosphere Monitoring Service), CAMS-Reanalysis (2019) e CAMS-Nrealtime (2019) são produtos do centro europeu ECMWF (European Centre for Medium-Range Weather Forecasts). Os dados foram baixados com resolução espacial de 0,125 graus (aproximadamente 12,5 Km) para os anos de 2003 até o presente. Os dados são de "AOD" (Atmospheric Optical Density) 469um e a resolução temporal adquirida é de 6 horas (ECMWF, 2019a).

25. Como são explicadas grandes nuvens de fumaça no continente sul-americano em determinadas épocas do ano?

Grandes nuvens de fumaça no continente sul-americano, cobrindo milhões de km2, resultam do efeito agregado das emissões de milhares de queimadas e incêndios florestais de origem antrópica ocorrendo simultaneamente no Brasil e em países vizinhos por vários dias seguidos, sob condições atmosféricas de estabilidade na região.

O texto a seguir explica esta situação, e para sua melhor compreensão ver a ilustração de um evento em 2020, disponível em: 20200818_Exemplo_NuvemQueimadas_FrenteSudeste_AMZ.jpg

Estas nuvens de fumaça têm sido comuns nos últimos anos, em particular no período de maio a outubro, quando a precipitação é mínima durante semanas ou meses seguidos e, os ventos na região central do continente sopram em um padrão circular no sentido anti-horário ("circulação anticiclônica").

Neste contexto, p.ex., a fumaça de uma queimada no Pará é transportada pelos ventos sobre os estados do Amazonas, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo, somando-se à fumaça de outras queimadas nestas regiões, e finalmente se dispersa sobre o Oceano Atlântico.

Nestes períodos, também é comum a entrada de frentes frias, nas quais, de maneira geral, os ventos sopram de oeste para leste e sua faixa de nuvens avança do sul para o norte. A posição da frente fria determina o limite sul da nuvem de fumaça e a região onde se dará o escoamento da fumaça para o oceano, que pode variar desde o Uruguai até o sul da Bahia.

O tamanho da nuvem de fumaça costuma ser de alguns milhões de km2, em geral variando de quatro a oito.

Figuras que esclarecem esta situação em episódios recente encontram-se em:

Para outros exemplos destas nuvens de fumaça, veja as figuras em cujo nome aparece "Nuvem", no mostruário de casos do Programa Queimadas do INPE, em: https://dataserver-coids.inpe.br/queimadas/queimadas/Exemplos-Validacao/

Um evento que chamou muita atenção e foi amplamente divulgado na época, foi o de 20/agosto/2019, quando "o dia virou noite" em São Paulo. Detalhes deste caso encontram-se em: Resumo do evento da tarde escura em São Paulo, 20/Agosto/2019 e sua relação com as nuvens das queimadas.

Por último, três bons locais para ver a animação destas nuvens de fumaça, embora produzidas por modelagem numérica e não por observação, são:

26. Qual a tecnologia de informática usada na apresentação dos focos e mapas nesta página?

Para a apresentação dos mapas foram implementadas funções em Javascript utilizando o MapServer, que é um software de código-fonte aberto, para a elaboração de aplicações espaciais na internet.

27. Qual a tecnologia de informática usada no BDQueimadas?

Os Bancos de Dados de Queimadas em Geral, das Unidades de Conservação e dos Municípios Críticos, é gerenciado pelo SGBD MySQL e sua consulta/visualização é feita usando a tecnologia TerraWeb/TerraLib desenvolvida pela Divisão de Processamento de Imagens do INPE, DPI.

28. Onde encontrar informações para um trabalho escolar sobre queimadas?

Além das inúmeras páginas com textos, figuras e dados deste sistema do INPE, consultar a página internet com mais de 400 links e centenas de fotos de satélites sobre este tema.

29. Existem publicações técnicas sobre este monitoramento de queimadas?

Dezenas de trabalhos envolvendo este sistema do INPE já foram publicados - consultar a seguinte página internet para a relação das publicações e seu acesso em formato pdf.

É significativo também o número de terceiros e usuários externos que utilizam os dados do Programa Queimadas do INPE. Ver:

30. A quem recorrer para denunciar queimadas?

São várias as opções, como: Bombeiros, Secretaria Estadual do Meio Ambiente, IBAMA, Prefeitura, e Instituto Florestal. Para maiores detalhes, consulte a seguinte página internet que preparamos.

31. Existe legislação referente a queimadas?

As queimadas são em princípio proibidas pelas legislações federal, estaduais e municipais e, para facilitar sua pesquisa preparamos a seguinte página com links de legislação sobre queimadas.

32. Por que se queima tanto?

No América do Sul, a quase totalidade das queimadas é causada pelo Homem, por razões muito variadas: limpeza de pastos, preparo de plantios, desmatamentos, colheita manual de cana-de-açúcar, vandalismo, balões de São João, disputas fundiárias, protestos sociais, e etc. Com mais de 300.000 queimadas e nuvens de fumaça cobrindo milhões de km2 detectadas anualmente através de satélites, o País ocupa o 5º lugar entre os países poluidores, e também devastando anualmente em média cerca de 15 mil km2/ano de florestas naturais.

Queimadas naturais são aquelas causadas por raios, e portanto inexistentes nos períodos de estiagem prolongada e intensa, que é quando mais se queima no País. Elas são mais comuns no bioma Cerrado, que é adaptado ao fogo, e ocorrem em geral no final e início da estação chuvosa, afetando as mesmas áreas a cada oito a dez anos.

José Bonifácio de Andrada e Silva, em ~1820, resumiu as razões para as nossas queimadas e desmatamentos: "ignorância, associada à preguiça e má fé". Nos dias de hoje, em que todos sabem dos efeitos negativos das queimadas, temos apenas de inverter a ordem dos motivos para: má fé, associada à preguiça e ignorância.

33. Quais são os efeitos das queimadas?

No contexto local, as queimadas destroem a fauna e flora, empobrecem o solo, reduzem a penetração de água no subsolo, e em muitos casos causam mortes, acidentes e perda de propriedades. No âmbito regional, causam poluição atmosférica com prejuízos à saúde de milhões de pessoas e à aviação e transportes; elas também alteram, ou mesmo destroem ecossistemas. E do ponto de vista global, as queimadas são associadas com modificações da composição química da atmosfera, e mesmo do clima do planeta; neste último contexto, as maiores contribuições do Brasil provêm das queimadas. É também importante lembrar que as queimadas são parte integrante e necessária de alguns ecossistemas onde ocorrem naturalmente devido a raios, como no Cerrado, mas apenas umas duas vezes por década nas estações de transição, e não tão frequentemente e no período de estiagem como se constata. Veja nossa página de "links" para centenas de páginas Internet relacionadas a queimadas no Brasil.

34. As queimadas no Brasil estão aumentando ou diminuindo?

Nos últimos anos, 2004 foi o que apresentou maior número de queimadas, observando-se redução progressiva em 2005 e 2006. 2006 foi marcado pela redução do número de detecções feitas com satélites, principalmente devido à diminuição do desmatamento na Amazônia. Veja o gráfico que preparamos para melhor esclarecimento sobre este tema.

35. O que foi desenvolvido no passado e o que está sendo feito para o futuro neste sistema do INPE?

Este sistema de Queimadas vem evoluindo continuamente desde a década de 1980 em função da relevância ambiental do tema, e do avanço das tecnologias de satélites, geoprocessamento e informática.

36. Como fazer para referenciar o uso dos dados de queimadas do INPE?

Todo material online citado, deve ser devidamente referenciado pelas regras da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT): NBR 6023

No caso de órgãos governamentais, como o INPE, as informações devem ser devidamente citadas e referenciadas da seguinte maneira:

Exemplo de citação:

Exemplo de referência:

37. Como posso ajudar o INPE neste trabalho para monitorar as queimadas?

De várias maneiras. Uma delas é nos informar quando você confirmar no nosso sistema uma queimada que observou (ou então que não a encontrou na nossa base de dados) pois assim teremos condições de melhorar nosso método de monitoramento. Outra é mandando seu trabalho ou texto sobre queimadas para que o coloquemos na nossa página de recomendações e assim beneficiar outras pessoas preocupadas com esta prática lastimável que é o uso descontrolado e desnecessário do fogo na vegetação.

38. Por que houve aumento de focos a partir de 2002?

Até o 1o. semestre/2012 o satélite de referência era o NOAA-12 e, devido a limitações operacionais à época na estação de recepção do Inpe em Cuiabá, MT, as partes norte e noroeste do País não tiveram a mesma cobertura no monitoramento de focos que as demais regiões. Assim, o número de focos detectados nos estados AC, AM, RO, RR e AP pelo NOAA-12 foi impactado, resultando em quantidades inferiores ao ocorrido.

39. O que é a "base 2" de focos de queima e por quais motivos ela foi lançada?

Na quinta-feira, 14 de junho de 2018, o Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) lançou a nova versão da base de dados de focos de queima de vegetação obtidos em imagens de satélites, que alimenta tanto os dados do Portal Queimadas quanto do BDQueimadas.

A nova versão é denominada "Base 2," cujas principais mudanças compreendem:

O Programa Queimadas publicou uma nota técnica descrevendo os detalhes dessa mudança.

40. Queimadas ou Incêndio Florestal?

De maneira sucinta, “Queimada” é a queima prevista e controlada de vegetação, enquanto que “Incêndio Florestal” é a queima imprevista e descontrolada da vegetação. Queimadas, ao saírem de controle se tornam incêndios.

No uso popular, a palavra queimada é mais comum, talvez por existir como substantivo, adjetivo e verbo. Por exemplo, dizer “A plantação toda está queimada” indica o resultado de um evento que aconteceu no passado e, “A plantação toda está incendiada” se refere ao presente; pode-se usar “A plantação toda foi incendiada”, que incorpora uma ação intencional. Em outro exemplo, “A área queimada foi de 50 hectares” costuma ter preferência a “A área incendiada foi de 50ha”.

Incêndio é associado mais ao fogo em uma habitação, prédio, fábrica, indústria, empresa, ou instalação qualquer, e o esperado é se dizer “Está ocorrendo um incêndio no posto de gasolina” e não “Está ocorrendo uma queimada no posto de gasolina”. É uma distinção capciosa, certamente.

O “Programa Queimadas” do INPE optou pelo termo “queimadas” por ser popularmente mais comum em todo País.

A seguir estão algumas definições mais completas com a distinção entre “queimadas” e “incêndios florestais”.

Queimada:

Queimada: Verbo ou Substantivo ou Adjetivo. Queima de uma floresta ou parte dela, após a derrubada das árvores; queima da vegetação cortada, de uma roça, antes do plantio. Fonte: https://www.dicionarioinformal.com.br/queimada/

Considera-se Queima Controlada o emprego do fogo como fator de produção e manejo em atividades agropastoris ou florestais, e para fins de pesquisa científica e tecnológica, em áreas com limites físicos previamente definidos e realizado de forma planejada e controlada. Fonte: http://www.terrabrasilis.org.br/ecotecadigital/pdf/queimada-controlada.pdf

Queimada é a prática agropastoril ou florestal em que o fogo é utilizado de forma controlada. Apesar de envolver a destruição, a queima da vegetação é uma importante forma de preparação do terreno para semear e plantar ou para renovar as pastagens. Fonte: Lacerda, Fabíola. Prevenção e monitoramento de incêndios florestais em terras indígenas: programa de capacitação em proteção territorial. FUNAI - Fundação nacional do Índio. Brasília: FUNAI/GIZ, 2013. 96 p. ISBN: 978-85-7546-042-9. Disponível em: Prevenção e Monitoramento de Incêndios Florestais em Terras Indígenas.

Queimada é uma prática primitiva da agricultura, destinada principalmente à limpeza do terreno para o cultivo de plantações ou formação de pastos, com uso do fogo de forma controlada que, às vezes, pode descontrolar-se e causar incêndios em florestas, matas e terrenos grandes. Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Queimada

Incêndio Florestal:

Incêndio: Substantivo. Fogo fora de controle que necessita para sua extinção equipamentos adequados e pessoal habilitado como bombeiros e brigadistas. Fonte: https://www.dicionarioinformal.com.br/inc%c3%aandio/

Incêndio florestal é fogo fora de controle em qualquer tipo de vegetação, seja em plantações, pastos ou áreas de cerrado. Além de destruir a vegetação nativa e matar muitos animais selvagens, um incêndio florestal também pode causar sérios prejuízos financeiros e, até mesmo, colocar em risco a vida de pessoas e de animais domésticos. Em outras palavras, os incêndios florestais, além de queimarem lavouras, pastos e áreas naturais, podem atingir casas, galpões, armazéns e instalações rurais, como celeiros, galinheiros, viveiros, chiqueiros e currais. Fonte: Incêndios Florestais - Causas, Consequências e Como Evitar. IBRAM - Instituto Brasília Ambiental, Coordenação de Prevenção e Controle de Riscos Ambientais, Brasília, DF, 2009. Disponível em Incêndios Florestais: Causas, Consequências e Como Evitar.

Incêndio florestal - é todo fogo sem controle que incide sob qualquer forma de vegetação. Pode ser desencadeado por causas naturais (raios) ou provocados de forma acidental (descuidos) ou intencional (ações de incendiários). Fonte: Lacerda, Fabíola. Prevenção e monitoramento de incêndios florestais em terras indígenas: programa de capacitação em proteção territorial. FUNAI - Fundação nacional do Índio. Brasília: FUNAI/GIZ, 2013. 96p. ISBN: 978-85-7546-042-9. Disponível em: Prevenção e Monitoramento de Incêndios Florestais em Terras Indígenas.

Leituras sugeridas:

Genebaldo Freire Dias. Queimadas e Incêndios Florestais, Cenários e Desafios - Subsídios para a Educação Ambiental. Brasília: MMA, Ibama, 2009. 32p. ISBN 978.85.86591.91.92.1. Disponível em Queimadas e Incêndios Florestais: Cenários e Desafios - Subsídios para a Educação Ambiental.

IBRAM. Incêndios Florestais - Causas, Consequências e Como Evitar. IBRAM - Instituto Brasília Ambiental, Coordenação de Prevenção e Controle de Riscos Ambientais, Brasília, DF, 2009. Disponível em Incêndios Florestais: Causas, Consequências e Como Evitar.

Lacerda, Fabíola. Prevenção e monitoramento de incêndios florestais em terras indígenas: programa de capacitação em proteção territorial. FUNAI - Fundação nacional do Índio. Brasília: FUNAI/GIZ, 2013. 96 p. ISBN: 978-85-7546-042-9. Disponível em: Prevenção e Monitoramento de Incêndios Florestais em Terras Indígenas.

Associação Caatinga. Queimada Controlada. 2009. 29 p. Disponível em Queimada Controlada.

Texto elaborado por A.Setzer, Programa Queimadas, INPE, 20200925.

Para citar este texto:

41. Foco de queima, de calor, de queimada ou de incêndio?

Todos os seguintes termos têm o mesmo significado e se referem à detecção de locais com queima de vegetação por meio de imagens digitais de sensores em satélites:

O termo “Fire Pixel” passou a ser usado quando há décadas se constatou a detecção de fogo na vegetação em imagens digitais obtidas com satélites, o que corresponde à identificação de fogo em um “elemento de resolução da imagem”, ou seja, em um “pixel”.

Em português, o termo “fire pixel” é traduzido como “foco de calor” ou “foco de queima” e, pelo uso popular das palavras “queimada” e “incêndio florestal”, são também comuns as expressões “foco de queimada” ou “foco de incêndio”.

Devido à impossibilidade de classificar pela imagem de satélite se o fogo detectado é de uma queima controlada ou de um incêndio descontrolado na vegetação, ou mesmo de um incêndio industrial ou residencial, alguns preferem o termo “active fire pixel”, que foi traduzido como “fogo ativo”.

“Hotspot”, originalmente se referia a um local de interesse especial em contextos variados, como conflitos, turismo, desenvolvimento etc; no monitoramento do fogo na vegetação é usado como sinônimo dos termos mencionados acima.

No Programa Queimadas do INPE a expressão “Foco de queima” é a utilizada, pois se considera que a grande maioria das detecções de fogo se referem a vegetação, exceto por eventos esporádicos de incêndios residenciais, industriais etc.

Como indicado em outras perguntas desta sessão, os “focos de queima” detectados por satélites são excelentes indicadores da queima da vegetação e não uma medida precisa e absoluta do que está ocorrendo na superfície. O número dos focos é diretamente relacionado à extensão queimada e permite comparações temporais e regionais da ocorrência de fogo na vegetação.

Quanto a comparar o número de focos com o número de queimadas ou incêndios, a questão tem de considerar a própria dificuldade de caracterizar incêndios e queimadas. Por exemplo, há incêndios que se propagam por várias semanas seguidas e afetam milhares de hectares, como no caso do Pantanal em 2019 e 2020.

Opostamente, há incêndios que duram poucas horas consumindo poucos hectares. Assim, não é válido afirmar que cada um destes casos corresponde a um único incêndio e usar esta medida em comparações.

Uma alternativa seria considerar a extensão da área queimada e comparar os valores destes dois incêndios exemplificados. Neste caso, o número de focos de queima detectados atua como indicador da proporção entre os casos.

Por outro lado, como seria a comparação entre um incêndio que atingiu centenas de hectares de uma pastagem com outro da mesma dimensão que devastou uma floresta natural protegida e matando sua fauna? Nesta situação a medida da área atingida certamente não indica a relevância desproporcional de um caso sobre o outro.

Ou seja, comparar incêndios, seja pelo número de focos de queima indicados por satélites, seja pela área queimada, pode ser tarefa complexa.

Texto elaborado por A.Setzer, Programa Queimadas, INPE, 20200925

Para citar este texto:

42. Qual o significado do atributo do foco FRP (Fire Radiative Power), o que mede e como ele é calculado?

FRP: “Fire Radiative Power” ou Potência Radiativa do Fogo, mede a energia radiante liberada por unidade de tempo, associada à taxa de queima da vegetação, em MW - megawatts. Esse valor é derivado a partir da comparação da energia medida no canal termal do píxel com fogo no seu interior com os pixels de seu entorno.

O FRP sofre influência de ângulo de observação, condições de relevo, condições atmosféricas e não existe uma classificação pré-definida e nem uma escala que permita alguma inferência do tipo da combustão. Por exemplo, o sensor no satélite irá indicar para um píxel o mesmo FRP tanto de uma pequena área queimando com alta temperatura, como de uma área maior, com combustão de menor temperatura. É necessário trabalhar com os dados explorando seus valores para cada região e período, a partir de valores de referências de alvos conhecidos no solo. Assim, o uso do FRP para casos pontuais implica em medidas imprecisas, porém em uma escala regional os resultados podem indicar valores médios aceitáveis da massa de vegetação queimada, e neste contexto o Programa Queimadas do INPE calcula e divulga os valores de FRP.

Para mais informações técnicas sobre o assunto, consultar as seguintes referências:

Para mais trabalhos utilizando FRP:

43. Gostaria de entender os atributos dos focos, especialmente o campo “RiscoFogo”. A tabela me dá valores entre 0 e 1, mas também -999. Qual a unidade desse intervalo? É um índice? Se sim, quais as faixas de valores?

Nos downloads de focos do BDQ-Banco de Dados de Queimadas, o atributo "RiscoFogo" dos focos é o valor do Risco de Fogo previsto para o mesmo dia da ocorrência do foco, segundo o método de cálculo descrito em: Método do Cálculo do Risco de Fogo do Programa do INPE. Neste documento você vai notar que os valores são válidos de 0 a 1 e, o número -999 representa valor inválido, normalmente relacionado como área urbana ou corpos d'água, onde não faz sentido calcular o Riso de Fogo.